Em março de 2008 eu escrevi no blog Social Media Club um post falando exatamente sobre isso, em resposta a várias perguntas que me faziam sobre as “melhores estratégias” para os desafios da comunicação.Uma década depois, o conceito se mantém de forma mais consistente ainda. Ao ouvir o podcast da CBN com a presença do Sérgio Valente, diretor de comunicação da Globo, ele afirmou que vivemos a época do “E” e não mais a do “OU”. Em outras palavras, a comunicação transita por diversos canais, necessários, mas todos com o propósito de passar a mensagem da forma mais clara possível e estabelecer o diálogo com o público de maneira dinâmica. Obtém sucesso quem faz da melhor forma.Mas se tudo é tão básico e óbvio, por que isso ainda não acontece de forma natural? Por que tudo é muito questionado?As marcas possuem DNAs diferentes, ofertas diferentes, públicos diferentes e por mais que acumulemos centenas de projetos e anos de estrada, vários fatores impactam na comunicação. Um deles é o próprio modelo de negócio das empresas ou de ajustes em suas ofertas. Desenvolver a comunicação de um negócio com um modelo consagrado é diferente de fazer a comunicação de uma marca em transição, em fase de reposicionamento.
Quando somamos a tudo isso os fatores macroeconômicos, políticos e sociais, o conjunto fica ainda mais complexo. No âmbito social, Carlos Nepomuceno, jornalista e doutor em Ciência da Informação, numa curta frase, já resume o tamanho de um grande problema: “…um cérebro mais horizontal e digital tem cada vez menos paciência para uma sociedade vertical analógica.” Só isso já destrói por completo uma estratégia de comunicação pensada com conceitos do passado.
É nessa hora que a camada de consultoria em uma agência faz toda a diferença.
Uma coisa é comunicar algo que precisa ser melhorado. Outra coisa é, pela comunicação, identificar alguns problemas estratégicos que a correria tira do campo de visão. Porém as consequências são sérias. É como tentar dirigir um veículo numa pista cheia de obstáculos, mas sem ter tempo para frear ou mesmo desviar, evitando um dano mais grave. Enquanto isso, queima-se combustível, desgasta-se a estrutura do veículo e cada pedágio apresenta uma tarifa mais alta, à medida que o percurso avança.
No meio do caminho, sempre surge uma pergunta na linha bala de prata: “mas o que precisamos fazer para melhorar os resultados, rápido? Desse jeito não dá mais!” Esse “rápido” é quase uma piada, certo?
Antes de tomar qualquer decisão por impulso, vamos refletir sobre o roteiro da próxima jornada. Pensemos no “E”, nas transformações e tendências do mercado. Não dá mais para olhar pelo retrovisor e viver das glórias do passado. Cada segundo de agora em diante vale ouro. Esqueça a bala de prata. Pense nisso!