No B2B Tech, existem coisas simples de entender, mas complexas de executar

No B2B Tech, existem coisas simples de entender, mas complexas de executar

O marketing B2B Tech é um terreno em que a complexidade das decisões de compra se mistura com a necessidade de uma abordagem altamente estratégica. E, nesse cenário, as empresas falham com muita frequência por dois motivos:

  1. Não estarem alinhadas com a jornada real de quem compra.
  2. Não entregarem informações certas, no momento certo, para facilitar a tomada de decisão.

 
O problema? A maioria das empresas baseia suas estratégias em um viés interno, centrado no produto, e não na jornada do cliente.

A realidade é que decisões no B2B Tech são longas, complexas, envolvem múltiplos stakeholders e passam por camadas de avaliações, benchmarkings e justificativas financeiras.

O erro sistêmico das empresas B2B Tech

As falhas mais comuns nas estratégias de marketing e vendas no B2B Tech são:

  • Criar campanhas baseadas em suposições, e não em dados reais sobre o comportamento do lead.
  • Priorizar o produto em detrimento da experiência do cliente na jornada de compra.
  • Ignorar que decisores em empresas B2B operam sob pressão de metas, budgets limitados e riscos elevados, tornando o processo de compra mais criterioso.

 
O resultado? Um funil de vendas desalinhado, leads desqualificados e um ciclo de venda ainda mais longo e ineficaz.

A solução: marketing centrado no perfil do lead

A resposta para esse desafio está no marketing centrado no lead. Isso significa compreender a jornada de compra e adaptar cada interação para atender às necessidades reais dos decisores.

As quatro fases fundamentais da jornada de compra no B2B Tech são:

1. “Estamos sempre ouvindo”.

Nessa fase, os decisores consomem conteúdo sem intenção imediata de compra. Aqui, o objetivo da marca é educar e construir autoridade.

Exemplo: um CFO acompanha tendências do setor financeiro, mas ainda não tem urgência para trocar de ERP.

Conteúdo recomendado: artigos de tendências, relatórios setoriais, infográficos, palestras e webinars informativos.

2. “Temos um problema a resolver”.

O comprador percebe um desafio ou ineficiência e começa a pesquisar soluções potenciais.

Exemplo: esse CFO nota problemas na conciliação financeira e inicia pesquisas sobre sistemas que possam otimizar o processo.

Conteúdo recomendado: whitepapers, cases de mercado, diagnósticos gratuitos e calculadoras de ROI.

3. “Vamos buscar soluções potenciais”.

Nessa etapa, o comprador entra em modo de busca ativa por fornecedores e produtos.

Exemplo: ele compara opções, participa de eventos, solicita demonstrações e consulta benchmarks.

Conteúdo recomendado: demonstrações interativas, e-books comparativos, estudos de caso e provas de conceito.

4. “Vamos comparar três fornecedores e decidir”.

O comprador está pronto para decidir e escolhe entre as empresas finalistas.

Exemplo: ele analisa propostas comerciais, participa de reuniões executivas, revisa SLAs e analisa as referências de cada fornecedor.

Conteúdo recomendado: provas de conceito, ROI baseado em dados, análises comparativas, depoimentos de clientes e suporte na construção do business case.

imagem de caderno aberto com vários gráficos coloridos desenhados à mão e tiras de papéis coloridos sobre as páginas, representando etapas do funil de vendas.

Como adaptar sua estratégia de marketing?

A chave para um marketing eficaz no B2B Tech é atuar em todas essas fases da jornada do comprador. Isso significa:

🔹Determinar o ICP ideal: mercados e segmentos-alvo e os perfis de executivos a serem impactados.
🔹Entender os canais e formatos de comunicação mais alinhados ao público e os temas que estão sendo debatidos.
🔹Criar conteúdo segmentado para cada etapa do funil e, muitas vezes também por perfil de público.
🔹Integrar marketing e vendas para uma experiência mais fluida e personalizada.
🔹Disponibilizar materiais técnicos e estratégicos para facilitar a tomada de decisão do C-Level.

emojis de sorriso entrando em um funil de vendas, representado por tiras de papéis coloridos, com símbolo de cifrão ao final, sobre um fundo verde.

O grande desafio: uma jornada de compra não linear

Diferente do B2C, onde decisões de compra são rápidas e individuais, no B2B Tech a jornada é longa e multifacetada. Compradores entram e saem das fases do funil em um processo iterativo, baseado em validação de informações e aprovação interna.

O segredo? Estar presente antes mesmo que o comprador perceba que precisa de você.

Empresas que constroem relações e estabelecem autoridade desde a fase inicial tendem a ser as primeiras consideradas quando a necessidade emerge.

E na sua empresa? Seu marketing está estruturado para acompanhar a jornada real do comprador B2B? Se não, é hora de repensar sua estratégia.


Mário Soma
Mário Soma

Cofundador, CEO e Head B2B da Agência Pólvora

Há mais de 35 anos contribui com sua experiência em marketing digital e PR para ajudar empresas a atingirem seus objetivos estratégicos no segmento B2B.